quarta-feira, dezembro 03, 2008

Poema de tear

Entre-linhas emaranhadas
meias-linhas
meias-verdades
busco o próximo poema.

Talvez no humor de um pândego
de um sátiro...d'um Bocage
libertino e fanfarrão
Mas, falta-me a sutileza da linha
ou do desalinho satírico.

Talvez a agonia atroz...
a melancolia deprimida
tecida em versos crassos, a dor explícita
e visceral "dos Anjos"
me valesse nessa hora indecisa.

Ou quem sabe, num delírio rompante
ousasse contra tudo e contra todos
que me castram, num grito
d'um Castro libertário e sonhador
alinhavando versos livres.

Mas, teço enfim
à luz d'um Vinícius apaixonado
d'um Quintana apaixonante!

Teço versos des-alinhados...por vezes
mal arrematados...
e sempre costurados
tanto quanto ou talvez mais do que antes
de todo o amor em mim transbordante!

E faço dele (do amor), o de sempre e o de agora
o fio que tece minha vida!
Assim...
mesmo que...
apesar de...
não obstante!

Bendito Shakespeare que me faz assim...uma eterna Julieta!

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